Bicampeão da Fórmula 1 participava de teste na Indy quando foi chamado aos boxes para receber a notícia
Emerson Fittipaldi revelou como viveu a morte de Ayrton Senna em seu blog na McLaren. Testando com a Penske nos Estados Unidos, o piloto foi retirado da pista e avisado do acidente por sua mulher, chegando a pensar que algo havia acontecido com seus filhos.
O bicampeão estava em Michigan, nos Estados Unidos. “Eu tinha acabado de começar uma sequência com tanque cheio, quando de repente veio o chamado no rádio. Perguntei se havia algo de errado no carro, mas eles só disseram ‘entre, por favor’”.
Quando chegou aos boxes, a equipe o avisou que sua mulher estava no telefone. “Senti um frio no estômago. Achei que algo horrível tinha acontecido com um de nossos filhos – não podia pensar em nenhum outro motivo pelo qual uma ligação dela estava sendo tratada como tão urgente.”
Quando a esposa lhe deu a notícia sobre a morte do piloto, Emerson disse ter ficado sem palavras. “Senti a tristeza mais profunda. Sabia que as corridas eram perigosas, claro que sabia, mas os chassis da década de 1990 já eram construídos de fibra de carbono bastante resistente e acho que isso talvez tenha dado uma falsa noção de segurança. Mas as corridas são perigosas e mesmo um piloto com o brilhantismo de Ayrton sempre vai ficar sem poder de evitar ficar machucado em um acidente como aquele.”
Emerson, então, olhou para sua equipe e pediu desculpas por não poder mais voltar ao carro naquele dia. “Eles entenderam. Ayrton tinha testado um carro da Penske um ano antes, então o pessoal o conhecia. Eles me ajudaram. Senti-me solitário, mas não sozinho. Os outros estavam sentindo, ainda que menos que eu, que o amava e admirava.”
No funeral do tricampeão, Fittipaldi foi um dos pilotos que segurou o caixão do piloto, junto de Jackie Stewart, Alain Prost, Gerhard Berger, Damon Hill e Rubens Barrichello. “Mas nunca consegui visitar novamente seu túmulo desde aquele dia”, revelou.
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