terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Fotos Ayrton Senna e Michael Schumacher

"Somos concorrentes não rivais" - Ayrton Senna sobre Schumacher em 1994. 

"Fico contento, pois estivemos mais próximos, nos últimos momentos da vida de Ayrton, e a conversa transcorreu num tom amigável." - Michael Schumacher sobre Ayrton Senna










segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Ayrton Senna e seu manager pessoal, Armando Botelho


Ayrton e seu manager pessoal, Armando Botelho, em 1986, no Grande Prêmio da Europa. 

Assim que Senna percebeu que seria piloto de Fórmula Um em 1984 e, provavelmente, ganhar pelo menos 1 milhão de US $ , ele decidiria que precisava de ajuda profissional. Até então, ele e seu pai tinham tratado de tudo. Mas seu pai tinha o seu próprio negócio e não tinha tempo para cuidar de assuntos de negócios do filho. 


Como seu gerente ele escolheu um antigo associado da família chamado Armando Botelho Texheriro. Ele não precisava de nenhuma ajuda com as negociações, apenas com os seus contratos e assuntos de back-office.

Armando Botelho permaneceu com ele até que ele morreu em 1989.

Fonte "The life of Senna", de Tom Rubython

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

O destino de Ayrton Senna

Senna durante o Campeonato Mundial de Kart em 1981

Pouquíssimas pessoas descobrem o rumo da sua vida na infância e ainda jamais se desviar dele com o passar dos anos. Ainda menos pessoas que têm um nome tão prestigioso e evocativo que, ainda depois de sua morte, prosseguem a inspirar um movimento dedicado a mudar a vida de crianças, ao lhe oferecer o mesmo tipo de oportunidade que tiveram. 

Estamos em uma terra de homens grandes. Seu sobrenome de origem era Silva, no entanto você e o remanescente do mundo o conhecem como Ayrton Senna ou Ayrton Senna do Brasil. 

Todos nós recebemos algum dom de Deus. Um presente, uma dádiva, um carisma, algo especial que o Senhor conferiu, por amor e gratuidade, a cada um de nós. 

Assuma o que é seu, o que Deus lhe deu, pois “o chamado e os dons de Deus são irrevogáveis” (Romanos 11,29). Como descreve uma linda canção “abraça o que é teu, permanece fiel, luta sem desanimar!”


domingo, 15 de dezembro de 2013

O dia da morte de Jim Clark, o ídolo de Ayrton Senna na Formula 1

 

Jim Clark (Lotus) momentos antes da largada da etapa de Hockenheim-1968 de Fórmula 2, observado pelo pequeno Damon Hill, filho de seu grande amigo e rival, Graham Hill. Jimmy parecia brincar com Damon. Porém, o garoto, com sete anos, trazia um semblante sério. Seria pressentimento? Naquele dia, 7 de abril de 1968, o escocês voador, bicampeão mundial de Fórmula 1 em 1963 e 1965, sofreria um brutal acidente, que o fez perder a vida. Clark tinha 32 anos quando morreu. Ali, o piloto se foi, e a lenda se criou.

Ayrton Senna fez Alain Prost se aposentar da Fórmula 1 em 1993


A última vez no pódio, o fim oficial da rivalidade Senna-Prost nas pistas. 

Apesar de alguns meios de comunicação franceses disseram que Prost se aposentou por sua própria vontade, "sabendo se aposentar no bom momento", a verdade é (e é também documentada no filme "Senna", de Asif Kapadia) que Prost foi quase forçado a se aposentar por causa de chegada na equipe Williams de Senna. 



Prost tinha um contrato com a Williams em 1993, no qual ele tinha uma cláusula que lhe permitia vetar Senna da Williams, mas Prost não tinha o direito de vetar Senna já para a temporada de 1994. Prost não queria enfrentar Senna diretamente dentro da mesma equipe, por isso, quando Senna finalmente foi abordado por Renault meados de 93 para iniciar negociações para a sua participação, em 1994, na equipe Williams, Prost tomou a decisão de parar de Fórmula 1. 



No filme "Senna" o próprio Prost admite que ele não queria parar de correr e ele fez isso só porque ele queria continuar na Williams, mas não ao lado de Senna.

Ayrton Senna no programa de TV da Xuxa, o Natal de 1988


Ayrton no programa de TV da Xuxa, o Natal de 1988. Gerhard Berger e todas as biografias de Senna dizem que ela foi o grande amor de sua vida.

Ayrton Senna dava aos pobres de São Paulo cerca de US $ 2 milhões por ano


Conforme Senna ficou mais rico com quase 20 milhões dólares americanos por ano pelo pilotagem e patrocínio, sua atenção voltou-se para o que ele poderia fazer para os pobres de São Paulo. Seu foco eram  as crianças, e ele estava dando cerca de US $ 2 milhões por ano.

Josef Leberer, seu fisioterapeuta e seu melhor amigo na Fórmula 1, lembra: "Nós estávamos dirigindo por São Paulo e eu tive que perguntar a ele, 'você é um cara rico, você vê essas áreas pobres, o que você acha sobre isso?'. Ele era uma pessoa tão boa. E você pode ver que isso ficava fundo em seu coração, porque ele disse: "este é um grande problema no Brasil e às vezes é difícil com a corrupção, mas eu gostaria de fazer alguma coisa já". Ele estava ajudando crianças em hospitais, mas ele nunca estava falando, ele disse: 'Eu não gosto de falar sobre isso, eu gosto de fazê-lo ". 

Eu lembro que eu pensei que eu era muito orgulhoso de ter a oportunidade de conhecer alguém como ele. "

sábado, 14 de dezembro de 2013

Ayrton Senna dizendo adeus a Honda no final de 1992

Ayrton Senna dizendo adeus a Honda no final de 1992

Ayrton Senna e Ron Dennis na festa de despedida da Honda  da Formula 1, en 1992
Senna sentia que tinha sido traído pela Honda. Ele tinha ficado com a Honda, pois eles haviam pedido assim a ele em 1991, e a Honda decidiu se retirar da Fórmula 1 apenas um ano depois ..... 

No início de 1991, quando ele teve de renegociar o seu contrato com a McLaren, Senna já tinha uma outra proposta de sua equipe tão sonhada Williams ... Só sentimentalismo fez ficar com a McLaren. Isso ea pressão feita pelo seu pai, Milton e um executivo da Honda, que lhe pediram, quase imploraram, para ficar com eles e Mclaren. 

Se Ayrton teria ouvido seu coração, ele provavelmente estaria vivo hoje, já que nada das circunstâncias forçadas que aconteceram mais tarde, em 1994, provavelmente teriam ocorrido ... Ele teria sido campeão pela 5 ª vez com a Williams em 1991, 1992 e 1993, e se ele ficasse com a Williams em 1994, ele não teria de pedir modificações no carro, o que acabariam por matá-lo (falha da coluna de direcção, modificações mau projetadas e executadas).

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A maioria dos jornalistas ficaram desapontados que Senna havia vencido seu primeiro campeonato em 1988

Ayrton Senna ganhou seu primeiro campeonato mundial com a idade de 28. Quando ele cruzou a linha ele olhou para cima, agradecendo a Deus. Mais tarde, ele disse aos jornalistas que tinha visto Deus no momento em que ele se tornou campeão. 


Ayrton Senna e Thierry Boutsen no pódio de Suzuka 1988
Como o novo campeão mundial assistiu aos replays de seu lance na Prost, após a corrida, ele tinha lágrimas em seus olhos. "Eu ainda não consigo acreditar que tudo acabou", disse ele. 

"Gosto de ganhar. É por isso que eu entrei McLaren e Honda. Eu queria estar em um carro vencedor. O fato de que Alain Prost foi na equipe não fez diferença para mim."



Algumas pessoas zombaram quando ele afirmou que tinha visto Deus como ele cruzou a linha de chegada, mas para Senna tinha sido uma experiência emocionante. 


Ayrton Senna e Thierry Boutsen no pódio de Suzuka 1988
Ficou claro na sala de imprensa depois que a maioria dos jornalistas tinha sido torcendo por Prost e ficaram desapontados ao ver vitória Senna.


Ayrton Senna e Alain Prost no sala de imprensa de Suzuka 1988




O melhor amigo de Ayrton Senna na Fórmula 1 nega que Senna tinha planos de se casar com Adriane Galisteu



Josef Leberer, o fisioterapeuta e melhor amigo de Ayrton Senna na Fórmula 1, nega que Senna tinha planos de se casar com Adriane Galisteu: 

"Leberer tinha menos certeza sobre a mentalidade de seu amigo, [Senna], que se mostrou mais intimamente a ele do que a maioria dos outros. "Havia reservas em meus olhos de Senna sobre Adriane, sim." 



Leberer contradiz Jo Ramirez, que disse que Senna ia se casar com Galisteu. 

Mas acontece que Jo Ramirez também cometeu muitos erros sobre a vida de Senna em várias entrevistas, às vezes sobre fatos importantes que aconteceram em Imola 1994, o que faz ele não ser uma fonte confiável de informações sobre a vida de Senna.

Leia mais: 

Jo Ramirez não é uma fonte confiável de informações sobre a vida de Ayrton Senna


Fonte: "Senna vs Prost" - Malcolm Folley

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Adriane Galisteu, sorridente, in Novembro 1994, vendendo a vida privada do idolo, Ayrton Senna na imprensa

Adriane Galisteu, sorridente, in Novembro 1994, vendendo a vida privada do idolo, Ayrton Senna

Um fã de Senna diz: "Ha uma falácia que Adriane Galisteu gosta de contar: que ela se tornou famosa com Senna. Impreciso. Ela ficou famosa com a MORTE de Ayrton Senna, com a venda dela privacidade dele em um livro e posando para a Playboy como a última namorada dele. 

Leia mais: 

Adriane Galisteu Usou O Nome de Ayrton Senna Para Posar Na Playboy 1995


Durante a vida de Senna, quase ninguém conhecia Galisteu por seu nome, só sabia que ela era a companheira do momento de Senna. Conlusão: os fãs de Galisteu que querem fazer crer os fãs de Senna em uma história manipulada com Galisteu, como a insistem em que Xuxa também ficou famosa com Pelé, mentem porque não é a mesma coisa: Galisteu se tornou famosa com a venda a vida privada de Senna na imprensa depois de sua morte, contra os fãs de opinião, e Xuxa ficou famosa porque ela namorou alguém famoso e fez um muito bem conhecido programa de TV no Brasil. A diferença é clara. "

A HISTÓRIA DE KINDA, A CADELINHA DE AYRTON SENNA



Todos os dias, no fim da tarde, a schnauzer preta corre veloz para a beira do píer na casa de Angra dos Reis, onde o campeão Ayrton Senna costumava passar seus momentos de folga. Ela para com o olhar desolado, fixo no mar, e fica ali abanando o rabo, gemendo impaciente, como se esperasse alguém que não chega. Kinda, a cachorra de estimação do piloto, parece estar de prontidão ainda hoje, na esperança de reencontrar seu dono. 

Grande companheira de Ayrton, ela nasceu no Algarve, em Portugal, onde deixou uma irmã, a fêmea Mouse, e veio para o Brasil tomar conta da casa de Angra. Sempre foi fanática por calcanhares e não deixava o piloto sozinho um minuto sequer em suas temporadas na ilha, dividindo com ele qualquer cantinho e qualquer aventura.

Ela esperou por seu dono todos os dias, num ritual de espera inútil.

Kinda morreu de câncer em 2002.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Biografia de Betisse Assumpçao, assessora de imprensa de Ayrton Senna

Ayrton Senna e Betisse Assumpçao, depois o acidente de Rubens Barrichello en Imola, 1994

Betisse Assumpçao foi a assessora de imprensa de Ayrton Senna de 1990 até acidente fatal em Imola, em 1994. 

Ela foi educada em São Paulo e depois foi para a Inglaterra para prosseguir os seus estudos e melhorar o seu Inglês.



Kitty Balieiro ao lao de Betise Assumpção no estádio do Morumbi
Betise Assumpção começou no esporte no Brasil, cobrindo futebol e também os amadores. Na foto, ela entrevista Careca no CT do São Paulo
Ela conheceu Senna quando trabalhava para revistas no Brasil. Em 1986, ele foi eleito o esportista do ano pela revista Placar, da editora Abril, e Betise foi quem fez o especial sobre o piloto


Ayrton Senna e Chico Landi, na festa da revista Placar, 1986, com Chico Landi
Um ano depois ela foi para a Londres para estudar inglês e buscar novas oportunidades como jornalista. Lá, reencontrou o piloto.

Fui ao torneio de Wimbledon e o encontrei totalmente sem querer. Ele era muito amigo de um colega da minha irmã. Era um sábado e ele perguntou se eu não queria jantar com ele no dia seguinte. Era uma despedida para o pessoal da Honda. Depois do jantar, ele até acabou nos dando carona para casa e eu contei os planos que tinha, de trabalhar na Inglaterra. Em 89, o pai dele me ligou e me ofereceu o emprego para trabalhar com ele”, diz a jornalista.

Betise fez carreira como assessora de Ayrton Senna

Ayrton Senna e Betisse Assumpçao no Gran Prémio de Japon, 1993

Apos a morte de Senna en 1994, Betisse ficou com a família Senna até setembro daquele ano. “Eu fiquei um ano meio anestesiada. Fazia ginástica cinco vezes por semana e isso me ajudou a não cair em depressão. Tinha perdido tudo. Não era só um emprego, era o status. Antes eu era a assessora do Ayrton Senna, depois era uma frella fazendo materinhas. Ainda bem que era responsável e tinha dinheiro no banco”, afirma.

Embora Betisse se ocupou da última namorada de Senna, Adriane Galisteu, no funeral em São Paulo, ela mostrou seu descontentamento quando Galisteu escreveu um livro sobre a vida privada de Senna, apenas 5 meses após sua morte. 


Betisse Assumpção com Adriane Galisteu, no funeral de Senna em São Paulo, maio de 1994

Adriane Galisteu, muito feliz durante o lançamento oficial do livro sobre a vida privada de Senna em novembro de 1994, 5 meses depois

Betisse tinha sido tentada também com ofertas para escrever um livro sobre a vida privada de Senna, mas ela rejeitou todos eles dizendo em Londres, poucas semanas depois do trágico acidente: “Ayrton era uma pessoa que gostava muito da vida privada dele. Não acho justo eu escrever um livro e contar tudo o que ele queria preservar para si mesmo. Eu não gostaria que fizessem isso comigo. Para fazer um livro e só contar as vitórias e o lado ídolo não me interessa nem um pouco. Sem falar que já há muitos por aí.” Nenhum argumento convence a jornalista do contrário.

Leia mais: 

Adriane Galisteu não se importou com o estado de Senna após o acidente em Imola 1994


A jornalista ainda seguiu ligada à Fórmula 1. 

Em agosto de 1994 começou a namorar Patrick Head, co-fundador da Williams. Eles se casaram três anos depois, ficaram juntos até 2009 e têm dois filhos: Luke, de 15 anos, e Julia, de 12. Betise deixou a assessoria de pilotos, mas segue morando em Londres e ainda é ligada ao mundo dos esporte. Ela montou a sua empresa em 2011, trabalhou nos Jogos Olímpicos de 2012 e, agora, quer atuar no Rio 2016, trabalhando a imagem do Brasil e dos Jogos no exterior.


Betisse Assumpçao e Patrick Head, 2009

Leia mais: 



Ayrton Senna e Chico Landi, o pioneiro do automobilismo no Brasil



Betisse Asumpçao, a PR do Senna, começou a namorar Patrick Head pouco depois a morte de Senna

Adriane Galisteu mente quando ela diz que não foi autorizada a dizer adeus a Ayrton Senna em seu funeral

As mentiras dos fãs de Adriane Galisteu

Aqueles que dizem que Adriane Galisteu não foi autorizada pela família Senna no funeral, e teve que esperar na fila como qualquer outro fã para dizer adeus a ele do outro lado da barreira, de outra olhada para esta foto ...: ela está de pé direito ao lado o caixão! 



Ela também está usando um stick com a letra "F", que significa "Família", o que significa que ela foi autorizada ao lado da família no funeral. Oh, talvez ela queria ser a estrela do funeral, em vez da família Senna!


Adriane Galisteu é conhecida no Brasil por ter mentido constantemente sobre a sua vida, especialmente no que diz respeito Ayrton Senna
Ah, eo que é aquele sorriso em seu rosto ...? Ela está tentando chorar algumas lágrimas para a imprensa e ela simplesmente não pode fazer isso? 

Essa historinha ridícula sobre a coitada de Adriane que não foi permitida dizer adeus a seu namorado, é besteira pura, inventada pelos fãs de Galisteu, mesma coisa que o casamento de Senna com Galisteu após Imola. Besteira pura.

Memórias de 1º de maio de 1994 - a morte de Ayrton Senna

O fatídico 1º de maio de 1994, começou com um sabor amargo para quem gostava de automobilismo. Na véspera e na antevéspera, a Fórmula 1 fora sacudida por dois acidentes impressionantes – um, felizmente, sem muita gravidade. O outro, infelizmente, fatal.

As pancadas de Rubens Barrichello e Roland Ratzenberger mexeram profundamente com o íntimo de um piloto em especial: Ayrton Senna, pole position pela 65ª vez na carreira, resolveu tomar atitudes que poucos pilotos fariam em seu lugar. Preocupou-se com o colega brasileiro. Chocou-se com a morte brutal do austríaco, inclusive visitando o local do acidente durante a bandeira vermelha – o que lhe custou uma advertência verbal da FIA. 



E providenciou o pavilhão austríaco e pôs no bolso do macacão para fazer uma homenagem a Ratzenberger.


 Sena iria fazer uma homenagem a Ratzenberger se ganhar en Imola 1994


O acidente de Rubens Barrichello, Imola 1994

O acidente de Roland Ratzenberger

Aquela noite do dia 30, segundo relatos, foi péssima – em que pese o aniversário do fisiologista e nutricionista Joseph Leberer, amigo de Ayrton. Galvão Bueno contou que Betise Assumpção, então assessora de imprensa do piloto brasileiro e futura sra. Patrick Head (hoje os dois estão separados), o chamou pra um canto e disse que Frank Williams queria conversar com ele.

“Você acha que Ayrton vai correr?” – perguntou o dirigente.

“Frank, se você conhece o piloto que tem, não o teria contratado. Não só o Ayrton vai pra corrida como vai pra ganhar”, rebateu Galvão.


Ayrton Senna e Frank Williams, 1994
A afirmativa do narrador da Globo não convenceu muito a Frank Williams, que pediu a Galvão que chamasse Senna ao seu quarto para uma conversa reservada, depois do jantar. “Mas tem que ser até as 23h. Depois, eu me ‘desligo’”, contou Frank.

Ayrton atendeu ao chamado e foi ao hotel conversar com seu patrão. O que foi dito, nunca se soube. Mas Reginaldo Leme afirmou que Frank Williams teria dito o seguinte a um amigo:

“Tenho medo que ele se negue a correr.”

Ayrton foi para o autódromo e como as imagens feitas pelo cinegrafista francês Armand Deus, que trabalhava para a Globo na época acabaram mostrando mais tarde, a fisionomia do tricampeão era preocupada, tensa. 



A corrida começou e o rosário de incidentes também. A Benetton de J.J. Lehto ficou estática na largada e a Lotus do português Pedro Lamy acertou em cheio a traseira do bólido parado. Safety Car na pista e procissão por cinco voltas até a retirada dos destroços, que não foram poucos.


O acidente de JJ Lehto, Imola 1994
Bandeira verde e Senna tratou de impor sua liderança com razoável vantagem a Michael Schumacher, que tinha 20 pontos no campeonato. O brasileiro, nenhum. Por isso ele buscava vencer. Não só para mostrar àquele alemãozinho queixudo e atrevido quem é que dava as cartas ali. Mas também para tirar um peso das costas e homenagear Ratzenberger.



Até o início da 7ª volta…



O acidente e a pancada seca, fatal, não foram consequencias de um erro. Senna, como se soube depois, foi traído por uma quebra da coluna de direção, que o fez bater a 216 km/h no muro de proteção. 





E para absoluta falta de sorte, uma peça da suspensão dianteira, com uma ponta semelhante a de um estilete, perfurou a guarnição da viseira do capacete amarelo com detalhes em verde e azul, marca registrada do tricampeão. Resultado: um ferimento de extrema gravidade na base do crânio do piloto.





Esse ferimento, do qual ninguém tinha conhecimento até então, é que foi determinante. Recordo que Galvão disse um “mexeu a cabeça” logo depois da batida. E para mim, aquele foi o último suspiro de Ayrton Senna da Silva.

Evidentemente que o $how não podia parar e houve aquela história do resgate, da traqueostomia, do helicóptero pousando na pista para levar Senna ao Maggiore – e também do Larrousse de Erik Comas que deixou os boxes autorizado não se sabe direito por quem, e que quase bateu no aparelho.



Comas freou, desviou, voltou ao boxe. O que ele viu, também não se sabe. Mas ele não voltaria àquele circo de horrores no domingo.

A corrida voltou a ser disputada. Schumacher venceu, com Nicola Larini em segundo e Mika Häkkinen em terceiro. O pódio foi uma das coisas mais sem graça que eu tinha visto na minha vida. Todos com fisionomias soturnas, azedas.

E restou esperar. A transmissão acabou, Galvão Bueno, visivelmente emocionado com o acidente do piloto com quem ele convivera mais intimamente por uma década inteira, segurou o quanto pôde o choro. E a essa altura do campeonato, todo mundo já estava mobilizado pra ir a Bolonha acompanhar o estado de saúde de Ayrton Senna. Roberto Cabrini, então na Globo, partiu célere para a cidade da região da Emilia Romagna. De Londres, Pedro Bial foi deslocado para a Itália.

Pouco a pouco, as notícias vinham. O quadro era desalentador, de extrema gravidade. Às 18h31 locais, 14h31 no Brasil, o anúncio:

“Morreu Ayrton Senna. Uma notícia que jamais gostaríamos de dar.”

A Fórmula Uno, que abria a temporada naquele domingo em Brasília com a realização de duas provas, só teve a primeira, vencida por Beto Giorgi. A segunda foi cancelada: os pilotos, enlutados, deram uma volta em procissão lenta e recolheram-se aos boxes em pranto convulso.

Havia também o Sul-Americano de kart em Florianópolis. Lá estava Nelson Piquet, o tricampeão, acompanhando o filho Nelson Ângelo, então com nove anos, numa disputa da categoria Cadete. Certa hora, um gaiato gritou.

“Piquet, teu inimigo se f*!”

O tricampeão respondeu na medalhinha: “Não era meu inimigo não, viu? Era concorrente. Não confunda as coisas.”

Depois, Piquet falou para o Fantástico e em sua entrevista, além de reconhecer o talento de Ayrton Senna, suspeitou de uma quebra na suspensão da Williams. Acabou, antes mesmo de conversar com a equipe de reportagem, flagrado pelas câmeras da Globo derramando uma discreta lágrima.


Ayrton Senna e Nelson Piquet, 1986

Sobre as homenagens, quem viu sabe. Ninguém neste país mereceu do povo brasileiro tamanha manifestação como a que recebeu Senna, desde que o féretro começou no Aeroporto de Cumbica, passando pelas ruas de São Paulo, pelo velório na Assembléia Legislativa e pelo enterro no Cemitério do Morumbi.



São Paulo parou. O Brasil parou. E chorou.


A Fórmula 1 seguiu seu caminho. Anos se passaram e depois de 1º de maio de 1994, nenhuma vida foi sacrificada em nome do automobilismo. A segurança passiva dos carros mudou. A paixão do torcedor brasileiro talvez tenha diminuído, e muito.



Por isso, muita gente nunca mais acompanhou as manhãs de domingo como se fazia até aquela data. Muito provavelmente porque só as vitórias de Senna seriam capazes de resgatar, a cada corrida de Fórmula 1, o orgulho de um país espiaçado pelas intensas crises sociais, econômicas, políticas e ideológicas.



Fonte: http://sportv.globo.com/platb/amilporhora/tag/15-anos/
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