sexta-feira, 16 de maio de 2014

Histórias de Ayrton Senna – “Ribanceira abaixo” no Morro Santo Antônio e a carta para um amigo

A sequência de cinco entrevistas, duas delas internacionais, para o especial Ayrton Senna publicado em 1º de maio no Correio do Povo gerou uma quantidade de histórias muito além da reportagem principal. Aos poucos, vamos reunindo algumas e contando outras facetas do tricampeão de Fórmula 1. 

Reflexos no Morro Santo Antônio para evitar acidente

Com Delmar da Rosa, que organizou o Panamericano de Kart de 1982 e acabou desenvolvendo amizade com o piloto, descobrimos um quase acidente de carro salvo no último instante por Ayrton.  Da Rosa contou que, antes da corrida de 1982, Senna participou de um programa na Rádio Bandeirantes, localizada no Morro Santo Antonio, em Porto Alegre.


“Nós saímos do programa e estava chovendo. Saí dirigindo, um Voyage na época, e lembro que logo ao entrar, o Ayrton já colocou o cinto, o que ainda não era costume”, narrou. “Saindo ali da rua Delfino Riet, perto da igreja, tinha uma descida forte até chegar na avenida Bento Gonçalves. Eu emocionado, dobrei a primeira à esquerda e acelerei no calçamento de pedra. Quandor freei, as rodas travaram e quase passei reto. Ele gritou para tirar o pé do freio e pegou a direção e fez o contra-esterço. A gente ia cair reto onde era uma ribanceira, mas ele salvou”, contou Da Rosa, chegando a prender a respiração ao lembrar do susto. “Quase acabei com a carreira da lenda”, brincou.

Saia justa com o chefão da DAP

Na despedida com Senna no Aeroporto Salgado Filho, ele usou os serviços de “tradutor” do piloto para entrevistar o italiano da DAP Achille Parilla. “Ayrton é o melhor piloto do mundo?”, perguntou. “O Ayrton deu uma risada encabulada, mas fez a pergunta e logo recebeu uma cortada do italano: ‘não é’.”, relembrou Delmar. “Mas ele se recompôs, deu um sorriso e completou a frase para mim: “Eles nunca dizem lá que você é o melhor…”


Preparação física, organização e competitividade já chamavam atenção dos rivais 

Atleta mesmo no kartismo

O adversário no Panamericano, Waldir Buneder, destacou a preparação do futuro tricampeão de Fórmula 1. É famosa a história de que, após ter espamos musculares em sua segunda corrida pela Toleman, Senna começou a reforçar a preparação física, culminando com um novo perfil de atleta dos pilotos.

Apesar disso, conforme Buneder, o Ayrton “Da Silva” que apareceu em Tarumã já era um esportista. “Ele já tinha um nível de competitividade e preparação bem acima dos demais”, salientou. “Era mais forte que a gente, que tinha a mesma idade. Depois, claro, ele levou isso ainda mais ao extremo na F-1.”

Carta para o amigo no hospital

A outra passagem, essa muito emocional para Delmar da Rosa, ocorreu no fim dos anos 80. “Eu me acidentei em 1988, aqui no Litoral Norte e fui hospitalizado, fiquei numa cadeira de rodas. O jornalista Guilherme Arruda foi cobrir a Fórmula 1, no Rio, e contou para ele que o ‘Da Rosa’ tinha sofrido um acidente”, recordou. “Eu estava no hospital da PUCRS e me entregaram um papel, assinado ao final por Ayrton Senna: ‘Da Rosa, não se esqueça de que seu filho precisa de você para ser campeão. Forza!’, em italiano como ele falava com o pessoal da DAP”, frisou Da Rosa.

“Depois disso, quando ele fez uma grande festa no sítio dele no interior de São Paulo, onde montou um belíssimo kartódromo, me convidou para passar um dia lá. Como estava com dificuldade de locomoção declinei do convite, mas foi o meu filho, o Duda (campeão da GT Brasil em 2012). Ele levou o Duda para mostrar toda a casa e ficar na residência principal, mostrando o apreço pela família, me marcou muito”, salientou.


Treinos, até mesmo sem o macacão de corrida, foram a tônica no kartódromo em Viamão

http://www.correiodopovo.com.br/blogs/pitlane/?p=22196

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